Maia se diz ‘surpreso’ com veto de R$ 8,6 bi no combate à covid-19
Presidente da Câmara dos Deputados esperava por sanção presidencial da proposta de uso dos recursos do FRM (Fundo de Reservas Monetárias)
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, afirmou nesta quarta-feira (3) que foi surpreendido pela decisão do presidente Jair Bolsonaro de vetar o uso de R$ 8,6 bilhões, do FRM (Fundo de Reservas Monetárias), no combate à pandemia do novo coronavírus. O texto tinha sido aprovado pelo Congresso Nacional em maio.
“A impressão que eu tive, na hora da votação, é que existia um acordo do governo com os parlamentares para votar a matéria destinando aqueles recursos. Tanto que eles tinham colocaram um artigo que nós retiramos, que isso tinha que estar vinculado ao fim do isolamento”, disse o deputado.
Em decisão publicada hoje, no Diário Oficial da União, o presidente da República veta a destinação dos recursos para medidas de enfrentamento aos impactos da crise sanitária, que tinha sido aprovada pelo Legislativo após a extinção do fundo. À época da votação, havia “grande consenso” entre os parlamentares em relação à proposta.
O Congresso deve analisar a decisão do presidente Bolsonaro, mas ainda não há previsão de quando a questão será incluída na pauta. Câmara e Senado Federal podem decidir, entretanto, se mantém ou não o veto.
O deputado também defendeu o retorno da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das ‘fake news’, que apura ataques cibernéticos “contra a democracria e o debate público”, e a criação de um PL (Projeto de Lei) para responsabilizar os financiadores da disseminação de informações falsas por meio das redes sociais.
“O tema da fake news precisa avançar. O Supremo [Tribunal Federal] está fazendo o seu papel no inquérito e cabe à CPMI, assim que o presidente do Congresso entender relevante, que ela possa voltar a fazer seu trabalho”, afirmou.
Segundo Rodrigo Maia, é preciso dar um “basta” na manipulação de notícias e dados no Brasil, por meio de uma lei que possa garantir as liberdades individuais e, ao mesmo tempo, punir quem participa dessas ações “criminosas”.
O “caminho” pelo qual o dinheiro chega até as redes de compartilhamento em massa, para o presidente da Câmara, deve ser abordado pelo Legislativo. “Óbivio que a lei vem com a intenção de dar mais transparência e melhor informação para ver quem está patrocinando as fake news no Brasil”.