Bloqueio total não foi eficaz contra pandemia, diz estudo da JP Morgan
Impedir a circulação das pessoas para barrar o novo coronavírus teria um risco maior para a economia do que vantagens no combate a doença
Um estudo realizado pelo estrategista da consultoria JP Morgan Marko Kolanovic aponta que a diminuição da curva de contágio da covid-19 não tem relação com a proibição de circulação de pessoas nas ruas e o fechamento do comércio, o chamado o lockdown, mas com a dinâmica do novo coronavírus.
Para Kolanovic, essa medida mais severa para tentar garantir o isolamento social da população teria um reflexo maior na economia. Segundo reportagem publicada pela Fox Business, ele afirma que “milhões de meios de subsistência estavam sendo destruídos por esses bloqueios.”
Em defesa dessa tese, o estrategista usa como exemplo a Dinamarca que começou a reabrir a economia e não registrou uma nova onda de transmissão de covid-19. O país optou por permitir inclusive o funcionamento de cinemas, museus e zoológicos, locais onde costumam ocorrer aglomerações de pessoas. A Alemanha também registrou taxas semelhantes após a reabertura.
O estudo cita também os estados norte-americanos Alabama, Wisconsin e Colorado como outros locais que continuaram com taxa semelhantes de casos de infecção mesmo com o fim do lockdown.
“Ao contrário dos testes rigorosos de novos medicamentos, os bloqueios foram administrados com pouca consideração de que não só poderiam causar uma devastação econômica, mas potencialmente mais mortes do que a própria covid-19”, afirma Marko Kolanovic.
Segundo a reportagem da Fox Business, o relatório sugere que a intensificação de práticas como lavar e desinfectar as mãos e a mudança de estação no hemisfério norte teriam um impacto maior na diminuição do número de casos do que a imposição de um lockdown.