Nova doença associada à COVID-19 em crianças e adolescentes preocupa médicos
Nesta sexta-feira (22), foi anunciada uma nova doença associada à COVID-19 em crianças e adolescentes, que tem preocupado os especialistas. Trata-se da síndrome inflamatória multissistêmica, cujos sintomas começam com dores no estômago e vômito, seguidos de febre e, em alguns casos, manchas vermelhas pelo corpo. A causa ainda permanece um mistério, e vem sendo observada em crianças europeias e norte-americanas.
Especialistas acreditam que muitos casos sequer foram identificados, uma vez que essa síndrome infecta as artérias coronárias e no miocárdio, o músculo cardíaco. De acordo com a pediatra Nadine Choueiter, do Hospital Infantil de Montefiore, em Nova York, alguns pacientes ficaram muito doentes e apresentavam pressão arterial muito baixa e precisavam de medicamentos. Ela ainda acrescentou que as crianças precisaram ser colocadas imediatamente na UTI e medicadas para dar suporte à pressão sanguínea, e algumas também respiram com ajuda de aparelhos. Qualquer manifestação de febre por mais de três dias deve ser atendida imediatamente pelo pediatra.
Nos EUA, estão alertando que crianças com suspeita da Síndrome Inflamatória Multissistêmica precisam de atendimento médico urgente. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) emitiu um alerta para médicos do país, que estão investigando possíveis casos. Ao menos três mortes de crianças relacionadas à síndrome estão sendo investigadas em Nova Iorque.
A Sociedade Brasileira de Pediatria também fez um alerta a respeito dessa doença relacionada à COVID-19. “Até o presente momento, as evidências fisiopatológicas são inconclusivas em relação à causalidade da infecção pelo SARS-CoV-2 e a síndrome de resposta inflamatória multissistêmica na faixa etária pediátrica”, anunciou, e ainda concluiu: “os pediatras devem estar alertas para o pronto reconhecimento destes casos, incluindo crianças com febre prolongada e não esclarecida, possibilitando o reconhecimento e o manejo adequado e oportuno, durante a hospitalização nos serviços de emergência, enfermarias e/ou unidades de terapia intensiva”.
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria