Amazonas concentra quase 60% dos casos de Covid-19 em indígenas do país; mortes chegam a 26, diz Sesai

452 casos do novo coronavírus estão distribuídos entre populações indígenas aldeadas em sete distritos sanitários de diferentes regiões do estado.

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O Amazonas possui 452 casos confirmados de Covid-19 e 26 óbitos em populações indígenas – aldeados nos sete Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) do estado. Ao todo, até a ultima atualização, são 760 casos confirmados e 35 mortes no país. A região concentra quase 60% dos infectados desse grupo, segundo o boletim epidemiológico da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) deste sábado (23).

Atualmente, o Amazonas conta com sete DSEIs que são divididos por critérios territoriais e têm como suporte a ocupação geográfica das comunidades indígenas. A estrutura de atendimento conta com unidades básicas de saúde indígenas, polos base e as Casas de Apoio à Saúde Indígena (CASAI).

O Amazonas registra até manhã deste domingo (24), ao todo, 28.802 casos confirmados e 1.744 mortes por Covid-19. Do total de casos confirmados no estado, 13.624 são de Manaus (47,3%) e 15.178 do interior do estado (52,7%).

Confira casos do AM atualizados pela SESAI até as 17h deste sábado (23):

Casos de Covid-19 em populações indígenas do AM

DSEI CASOS CONFIRMADOS CURA CLÍNICA ÓBITOS
Alto Rio Negro 22 1 3
Alto Rio Solimões 282 184 18
Vale do Javari 1 0 0
Manaus 67 57 2
Médio Rio Purus 9 5 0
Parintins 30 19 1
Médio Rio Solimões e afluentes 41 24 2
TOTAL 452 290 26

Dos casos de contaminação entre a população indígena do Amazonas, a pior situação é do Alto Rio Solimões com 282 casos confirmados e 18 mortes. No entanto, o número de cura no local é de 184. De acordo com a Sesai, a população nessa região é de 70.823 indígenas.

Ao todo, são 27 etnias e 236 aldeias. A região conta com 16 unidades básicas de saúde, mas somente uma casa de saúde indígena. são também 13 polos base.

A região menos infectada é no Vale do Javari com apenas um caso de Covid-19 confirmado e sem registro de óbitos. A população é de 6.281 pessoas, dividida em sete etnias entre 60 aldeias. Esse DSEI conta com oito unidades básicas de saúde indígena e apenas uma casa de saúde indígena.

O distrito sanitário de Manaus possui 67 casos confirmados e dois óbitos. A população dessa região é de 29.506 e conta com 35 etnias, além de 253 aldeias.

à época, dos 22 casos confirmados, 12 casos eram de Manaus, oito no Alto Rio Solimões, um no município de Parintins e um na região Médio Riu Purus.

O Amazonas foi o estado que teve a primeira indígena infectada por Covid-19 no Brasil. Ela passou 14 dias em isolamento domiciliar na aldeia São José, município de Santo Antônio do Içá, 879 Km distante de Manaus.

Possível abertura de enfermarias em comunidades indígenas do AM

Indígenas foram à porta do hospital de referência de Manaus para protestar — Foto: Carolina Diniz

Durante uma reunião entre representantes da Secretaria de Saúde do Amazonas e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), comunidades indígenas do Amazonas, com atenção especial a municípios do Alto Rio Negro, pediram “socorro” em relação à saúde dessa população. Existe uma possibilidade de receberem a abertura de enfermarias para o atendimento de pacientes da Covid-19.

Essa proposta é tratada como medida emergencial para apoio a indígenas moradores do interior do Amazonas. Uma segunda reunião entre os órgãos deve acontecer nos próximos dias.

A ONG Expedicionários da Saúde também apresentou proposta de apoio, com o envio de equipamentos para fortalecer as unidades de saúde e o aluguel de mais uma aeronave, que ficaria baseada no município de São Gabriel da Cachoeira. Esta aeronave se juntaria a outras seis já disponibilizadas pelo Governo do Amazonas para o transporte de pacientes do interior para a capital.

Hospital de atenção indígena

O governo do Amazonas anunciou na primeira quinzena de abril que o estado receberia, por meio do Ministério da Saúde, um hospital de campanha com atenção voltada a indígenas contaminados pelo novo coronavírus. De acordo com o governador Wilson Lima, a estrutura funcionaria funcionar em um centro de atendimento de saúde que já funciona em Manaus.

Mais de um mês depois, não há nenhuma novidade no projeto ou prazo para instalaçã.

No início de maio, representantes do Ministério da Saúde que estiveram em Manaus afirmaram que há uma tentativa em viabilizar a construção emergencial de um hospital para os indígenas, além de um reforço na preparação do Hospital de Retaguarda Nilton Lins para atender a demanda.

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Fonte globo
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