Dólar desaba 2% e fecha a segunda-feira cotado a R$ 5,72
Maior queda diária da moeda norte-americana em um mês foi guiada por esperança sobre vacina contra a covid-19
O dólar caiu 2% ante o real nesta segunda-feira (18) e registrou a maior queda desde o fim de abril, em dia de maior apetite por risco nos mercados globais por esperanças sobre uma vacina contra a covid-19 e após notícias de maior consenso entre autoridades das duas maiores economias da UE (União Europeia) para combater a crise do coronavírus.
Na sessão, a moeda norte-americana fechou a R$ 5,7224 na venda, mínima em quase duas semanas. A desvalorização de 2% é a mais forte desde 29 de abril (-2,94%). Na mínima do dia, atingida às 14h25, a moeda cedeu a R$ 5,6952 na venda, baixa de 2,15%.
As operações domésticas espelharam o movimento externo, onde o dólar teve queda ante divisas fortes e emergentes, enquanto as bolsas de valores no mundo inteiro saltaram, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou em disparada de quase 4% e o petróleo teve um rali.
“Os mercados de risco tiveram um rali com notícias relacionadas a fundamentos de longo prazo –especificamente a Moderna relatando dados favoráveis sobre vacinas”, disse o conselheiro econômico principal da Allianz, Mohamed A. El-Erian.
A farmacêutica Moderna Inc informou que sua vacina experimental contra Covid-19 mostrou resultados promissores em um pequeno estudo de estágio inicial. A informação fortaleceu expectativas de reabertura mais ampla das economias, ainda afetadas por medidas de isolamento social determinadas meses atrás para conter a disseminação do vírus.
Ajudando ainda mais na queda do dólar, no começo da tarde França e Alemanha concordaram em propor a criação de um fundo de recuperação de 500 bilhões de euros que ofereceria subsídios a países membros e regiões da UE mais afetados pela crise do coronavírus, o que o presidente francês, Emmanuel Macron, considerou um “grande passo adiante”.
Com a depreciação desta segunda, o dólar está 4,19% abaixo do recorde nominal intradia de R$ 5,9725, alcançado na última quinta-feira e a 4,63% da marca psicológica de R$ 6, que muitos no mercado ainda acreditam que a cotação tocará.
O Goldman Sachs faz parte desse grupo. O banco revisou na noite da sexta-feira passada suas projeções para o dólar e passou a ver a moeda em R$ 6 dentro dos próximos três meses, ante estimativa anterior de R$ 5,25, citando uma atualização aos movimentos do mercado.
A instituição alterou ainda os prognósticos para seis e 12 meses — de R$ 4,90 para R$ 5,75 e de R$ 4,70 para R$ 5,25, respectivamente. “O real provavelmente vai operar mais fraco que seu valor justo por um período considerável de tempo”, disseram analistas do Golman no relatório.
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