Governo de Israel espera forte onda de imigrantes após pandemia
Ministério de Absorção de Imigrantes confirmou expectativa ao R7, em função do país ter conseguido manter estáveis os números da pandemia
Muito se fala em Israel, às vezes em tom bem-humorado, sobre o termo “balagan”. Em hebraico, significa bagunça. É como uma maneira de dizer, “no fim, tudo dá certo”.
O país, ao longo dos anos, aprendeu a lidar com a constante ameaça do caos, enfrentando-a para ajudar a organizar a própria sociedade.
A última “balagan”, muito séria, foi a chegada do novo coronavírus. Falava-se, sem nenhum tom sarcástico, em fim dos tempos, com aeroporto em polvorosa, correria, críticas ao sistema de Saúde, medo do futuro.
Mas, pelo menos até o momento, Israel acabou se tornando um dos que conseguiram reagir à pandemia. A curva local foi achatada e o número de novos casos e de mortes ficaram em patamares estáveis. Neste momento, o país totaliza 16.539 infectados, com 262 mortes.
O resultado, em contraste com dificuldades de comunidades judaicas em outras partes do mundo, levou o governo a se preparar para uma onda de imigração em massa para Israel após a pandemia.
A expectativa é a de que o medo do novo coronavírus será um verdadeiro divisor de águas para essas comunidades, já atormentadas com o aumento do antissemitismo em seus países.
Em declaração ao R7, o Ministério de Absorção de Imigrantes do país admitiu que trabalha com a possibilidade de uma onda imigratória.
“O Ministério de Absorção de Imigrantes espera um aumento de imigração em Israel depois que a crise do coronavírus passar. Contudo, isso é apenas uma expectativa, pois como a crise ainda não passou, não é possível saber com certeza o que vai acontecer.”
Em geral, os especialistas atribuem os resultados em Israel aos estudos científicos e à alta capacidade de mobilização da sociedade que, mesmo em meio a discordâncias políticas, sempre soube se unir em momentos emergenciais. O país, afinal, foi forjado em guerras pela própria existência.
Por outro lado, comunidades judaicas espalhadas pelo mundo têm sofrido com a pandemia. O colunista do Times of Israel, Ronald S. Lauder, conta que a cidade de Nova York e algumas de suas comunidades judaicas foram muito atingidas pela pandemia.
Além delas, algumas comunidades judaicas de Londres tiveram alto número de casos, assim como em Paris, Roma, Amsterdã, Antuérpia e Moscou, de acordo com Lauder.
Em comparação com países de população similar, Israel, que tem 9 milhões de habitantes, obteve melhores resultados no controle da pandemia.
A Hungria, com 9,7 milhões de habitantes, teve até agora 430 mortos. A Áustria, cuja população também é de 9 milhões, acumula 624 mortes por causa da covid-19.
Na República Tcheca, com 10,8 milhões de habitantes, houve 284 mortes.
A Bélgica, com 11,5 milhões de pessoas, tem um índice de 8.843 mortos na pandemia.
Já a Suécia, que não adotou o método de isolamento utilizado em Israel, neste momento, com seus 10,2 milhões de habitantes, tem mais de 3.460 mortes causadas pela doença.