Como médicos canadenses estão utilizando a diálise para tratar a Covid-19

Profissionais são os primeiros do mundo a trabalhar com a técnica, que usa componentes bioquímicos para "reprogramar" glóbulos brancos contra o novo coronavírus

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Especialistas do Instituto Lawson de Pesquisa em Saúde situado em Ontário, no Canadá, foram os primeiros do mundo a tratar um paciente com Covid-19 usando um aparelho de diálise. O feito foi anunciado nesta quinta-feira (07) no portal da instituição.

As evidências sugerem que a infecção por Sars-CoV-2 causa uma resposta imunológica exagerada denominada “tempestade de citocinas“. “Trabalhando na unidade de terapia intensiva (UTI), eu sabia que eram necessárias mais opções de tratamento na luta contra a Covid19“, disse Chris McIntyre, principal pesquisador, em comunicado. “Isso me levou à ideia de tratar o sangue de um paciente fora do corpo. Poderíamos reprogramar os glóbulos brancos associados à inflamação para alterar a resposta imune.”

Os cientistas utilizaram uma versão modificada de um aparelho de diálise padrão para o tratamento. Por meio de um processo que utiliza níveis específicos de componentes bioquímicos, eles “reprogramam” os glóbulos brancos para combater a hiperinflamação em órgãos afetados, ao invés de atacá-los.

Após o sucesso no tratamento do paciente, os pesquisadores esperam conduzir um ensaio clínico que incluirá até 40 pacientes que apresentam quadros graves da infecção pelo novo coronavírus. Os participantes da pesquisa serão randomizados e receberão o atendimento padrão em combinação com este novo tratamento.

Aparato utilizado pelos especialistas (Foto: Lawson Health Research Institute)

“O objetivo final é melhorar a sobrevivência do paciente e diminuir sua dependência de oxigênio e ventilação”, explicou McIntyre. De acordo com ele, se o método for eficaz, será combinado com outras terapias para reduzir as consequências inflamatórias causadas pelo Sars-CoV-2.

Além disso, o estudo permitirá aos especialistas identificar quais citocinas ou biomarcadores são importantes para a resposta hiperinflamatória observada em pacientes com Covid-19. “Com o conhecimento que estamos obtendo, podemos estudar o sangue de um paciente para determinar se esse tratamento extracorpóreo está fazendo a diferença”, afirmou Douglas Fraser, coautor da pesquisa.

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Fonte revistagalileu
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