Covid-19: curva de mortes no Brasil está mais rápida que na Espanha, diz estudo
Pesquisa reúne sete universidades de diferentes países
O número de mortes decorrentes da Covid-19 no Brasil está aumentando a um ritmo mais acelerado do que na Espanha, quando o país europeu estava na mesma fase da pandemia, há duas semanas.
A conclusão é do Observatório Covid-19 BR, que reúne pesquisadores de sete universidades diferentes. O estudo, que teve como base os dados do Ministério da Saúde, mede a velocidade da doença no Brasil e a compara com a de outros países afetados pelo novo coronavírus.
A principal ferramenta de análise para afirmar que a curva de mortes no Brasil está mais rápida que na Espanha é o resultado do seguinte cálculo: quanto tempo o país leva para dobrar o número de óbitos decorrentes da Covid-19.
Na última terça-feira (21), o tempo de duplicação do número de mortos pela doença no Brasil era de 9 dias e 14 horas; na Espanha, esse mesmo número estava em 12 dias e 7 horas há duas semanas (quando o país estava no mesmo estágio da curva que o Brasil está agora).
Quanto mais baixo é esse intervalo de tempo, mais letal é a pandemia no país. Ou seja, por esse critério, o cenário no Brasil é pior que na Espanha, se comparados períodos correspondentes do avanço da doença.
Como é possível perceber, a comparação tem de ser feita a partir de datas diferentes porque a pandemia na Europa começou algumas semanas antes. Esse cálculo começa em cada país cinco dias após a décima morte registrada.
Por esse cálculo, o Brasil está no 28º dia de pandemia, enquanto a Espanha está no 40º dia. Segundo os pesquisadores, o menor tempo de duplicação do número de mortes em países europeus (entre aqueles mais afetados pela doença) é o da França. Lá, o tempo é de 23 dias, na Itália é de 28 e na Espanha, 39.
O levantamento foi feito por especialistas da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade de Berkley (nos Estados Unidos) e Universidade de Oldenburg (na Alemanha).
Via: G1