Com máscaras e distanciamento, Coreia do Sul tem eleições durante pandemia de novo coronavírus

Sul-coreanos vão escolher nova configuração do Parlamento. Partido governista leva vantagem sobre oposição.

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Eleitores da Coreia do Sul foram às urnas nesta quarta-feira (15) (horário local) vestindo máscaras, luvas e tomando distância um dos outros. As eleições legislativas sul-coreanas são o primeiro teste do governo local desde o início da pandemia de novo coronavírus.

O rápido espalhamento da Covid-19 fez com que diversos setores pedissem o adiamento das eleições. No entanto, o presidente Moon Jae-In insistiu em manter a data da votação — considerada um referendo sobre a atuação do governo em meio à pandemia.

O presidente sul-coreano, Moon-Jae-in, em foto de 2019 — Foto: South Korea Presidential Blue House via AP

Eleitores hospitalizados por causa do novo coronavírus foram autorizados a votar pelo correio, caso tivessem se inscrito a tempo. Segundo a Associated Press, cerca de 400 pacientes participaram da eleição.

A Coreia do Sul recebeu elogios por ampliar o número de testes e adotar medidas de isolamento a tempo de conter o rápido contágio da doença.

De acordo com a universidade norte-americana Johns Hopkins, a Coreia do Sul registrava 222 mortes por Covid-19 até esta terça-feira — número considerado proporcionalmente baixo comparado aos mais de 10 mil casos confirmados da doença no país.

Coronavírus, corrupção e economia

Eleitora vota em eleições legislativas na Coreia do Sul com máscaras e luvas nesta quarta-feira (15) — Foto: Ahn Young-joon/AP Photo

Mesmo com a crise da Covid-19, outros temas políticos continuam a pautar os eleitores do país. Reportagem da agência Associated Press explica que o eleitorado sul-coreano é bastante dividido entre grupos ideológicos, questões regionais e até diferenças de geração.

Nestas eleições, os sul-coreanos escolherão a nova configuração do parlamento para um mandato de quatro anos. Pesquisas indicam favoritismo do Partido Democrático, do presidente Moon — sobretudo pelo que os eleitores consideraram um bom desempenho do país no combate à Covid-19.

Ainda assim, segundo a agência Nikkei, os conservadores do Partido Futuro Unido tentam diminuir a diferença no número de parlamentares para aumentar a pressão sobre o governo de Moon. O presidente recebe críticas por escândalos de corrupção envolvendo assessores governistas e pelo mau desempenho da economia nos últimos meses.

Eleições em tempos de coronavírus

Homem usa máscara para votar no primeiro turno das eleições municipais em Paris, na França, em 15 de março — Foto: Gonzalo Fuentes/ Reuters

A Coreia do Sul não é o primeiro país a manter o calendário eleitoral em meio à pandemia de Covid-19. Quando os casos da doença começavam a levar as autoridades a tomar medidas de contenção, a França insistiu em organizar o primeiro turno das eleições municipais na data prevista em março. Porém, com a piora da crise, o segundo turno acabou adiado.

Nos EUA, alguns estados adiaram as primárias das eleições presidenciais. Em meio à crise, o senador Bernie Sanders desistiu da corrida à Casa Branca e passou a apoiar o ex-vice-presidente Joe Biden para disputar o cargo com Donald Trump.

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Fonte globo
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