Geolocalização que Bolsonaro impediu não põe em risco a privacidade

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O presidente Jair Bolsonaro interceptou, na mesa do ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, uma cooperação técnica que ia ocorrer entre governo e as empresas de telefonia celular. O objetivo do ministério era receber informações que poderiam identificar como se desloca a população e onde há aglomerações para ajudar no combate à pandemia de coronavírus. Segundo o colunista Lauro Jardim, Bolsonaro mandou suspender tudo no sábado. Haveria, de acordo com o presidente, riscos à privacidade dos cidadãos.

Não, não haveria. As informações são as mesmas que Google e Apple têm, além de todas as empresas de celular. São as que permitem ver o trânsito em qualquer app de mapas. Qualquer grande prefeitura também tem este tipo de informação para coordenar o trânsito — no Brasil e em todo o mundo desenvolvido. Mesmo na Alemanha, a democracia mais rigorosa com privacidade, estes dados são utilizados.

Não violam privacidade porque não identificam pessoas. Apenas informam quanta gente há. Violariam privacidade se fosse possível identificar onde está cada cidadão — como faz, por exemplo, o governo de Israel, ao qual Bolsonaro é simpático.

Ao interromper o processo, o presidente mira dois alvos. Um é o governador paulista, João Doria, que usa esta tecnologia para medir o sucesso da quarentena. Quer fazer colar nele a etiqueta de invasor da privacidade alheia. O outro é o ainda ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Tira, de suas coletivas do fim de tarde, uma informação mais precisa sobre onde o isolamento social está funcionando — e onde não.

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Fonte yahoo
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