Ecossistemas estão em risco de colapso – e temos que agir logo, alertam cientistas

Conversamos com o economista brasileiro Bernardo Strassburg, coautor de artigo da "Nature", para entender as demandas e a importância da restauração de ecossistemas em todo o planeta

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A menos uma semana da segunda reunião da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) focada na criação de metas para a próxima década, pesquisadores da Austrália, do Canadá e do Brasil publicaram, nesta quinta-feira (18), um artigo na respeitada revista Nature chamando atenção para a importância da conservação e restauração de ecossistemas do mundo todo.

Marcado para os dias 24 a 29 de fevereiro, em Roma, o evento reunirá representantes de 190 países para estabelecer os objetivos a serem cumpridos entre 2021 e 2030, durante a Década da Restauração dos Ecossistemas. A reunião tem um carácter preparatório e buscará chegar a um consenso sobre o primeiro rascunho do acordo que será firmado em outubro, na cidade de Kunming, na China.

Para o economista Bernardo Strassburg, coautor do artigo, a reunião representa uma oportunidade para levantar pautas importantes que foram deixadas de lado na última década. “O que defendemos é que é fundamental que esse novo acordo global corrija a ‘omissão’ de sua última versão, que não abordou diretamente a situação dos ecossistemas”, afirma o pesquisador, que é coordenador do Centro de Ciências da Conservação e Sustentabilidade do Rio (CSRio), diretor executivo do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) e professor assistente da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Diversidade

Desde sua criação em 1992, a CDB reconhece que a diversidade da vida na Terra se dá em três níveis: o genético, o de espécies e o de ecossistemas. Segundo Strassburg, na última década, metas bem definidas foram estabelecidas para os dois primeiros níveis, mas, no que se refere aos ecossitemas, os objetivos se resumiam basicamente à criação de áreas protegidas.

“O que é muito positivo e deve continuar, mas as áreas protegidas por si só não garantem que o ecossistema seja restaurado, ou seja, que sejam recuperadas áreas degradadas“, explica Strassburg. Para além da conservação, a restauração de ecossitemas é de suma importância. Definir metas e números claros sobre o que e até quando isso precisa ser feito ajudaria os países a avançar nesse assunto.

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Fonte revistagalileu
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