Gastos com defesa no mundo têm maior salto em uma década

Estados Unidos lidera ranking Gastou o quádruplo da China Brasil se mantém em 11º lugar

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Em 2019, os gastos globais com defesa somaram US$ 1,73 trilhão, maior salto registrado em uma década. O investimento no setor aumentou 4% em relação ao ano anterior, segundo levantamento divulgado pelo IISS (em inglês, Instituto Internacional de Estudos Estratégicos) na 6ª feira.

“Os gastos aumentaram enquanto as economias se recuperam dos efeitos da crise financeira, mas também foram motivados pelas acentuadas percepções de ameaças”, disse o chefe do IISS, John Chipman, durante o lançamento do relatório anual na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.

Tanto os Estados Unidos quanto a China aumentaram seus gastos em 6,6%. No ano passado, os norte-americanos investiram 4 vezes mais em compras de armamentos e pesquisa e desenvolvimento do que a soma de todos os países europeus.

Washington destinou US$ 684,6 bilhões a seu orçamento para a defesa. Desse montante, US$ 275 bilhões foram dedicados apenas à aquisição de armas e investimentos no setor, mais do que os gastos totais com defesa da China (US$ 185,1 bilhões).

O programa chinês de modernização militar –que inclui o desenvolvimento de novos mísseis hipersônicos de difícil detecção– gera preocupações em Washington e contribui para os aumentos dos gastos da maior potência militar do mundo, avalia o IISS. Apesar do menor orçamento em relação aos EUA, a entidade avalia os investimentos chineses como “impressionantes por sua escala, velocidade e ambição”.

Em outubro de 2019, a China exibiu suas novas tecnologias militares, incluindo o míssil supersônico DF-17, projetado para transportar ogivas em velocidades que não permitem sua interceptação.

A Rússia, que também iniciou 1 processo de modernização de seu arsenal, anunciou a empreitada para desenvolver seu próprio míssil hipersônico, O orçamento militar do país, que aparece em 4º lugar no ranking de investimentos com a defesa, é quase 10 vezes menor do que o norte-americano. Em testes, o sistema batizado de Avangard atingiu a velocidade de Mach 27, ou seja, 33.000 km/h, segundo Moscou.

China exibe míssil hipersônico DF-17 durante parada militar em Pequim

Os mísseis hipersônicos são tão rápidos e manobráveis que tornam praticamente inúteis sistemas de defesa e não permitem quase nenhum alerta de ataque iminente. Um oficial da Otan ressaltou recentemente que não seria possível sequer saber o alvo do ataque “até que haja 1 ‘boom’ no solo”.

Outra demonstração das dimensões do orçamento militar nos EUA: os US$ 53,4 bilhões que o país gastou a mais no último ano é quase o mesmo valor total dos investimentos registrados no Reino Unido.

A Europa aumentou seus gastos em 4,2%, mas esse salto apenas recupera a lacuna deixada a partir de 2008, quando os orçamentos foram cortados em meio à crise financeira global.

Simulação mostra lançamento do míssil hipersônico russo Avangard a partir do espaço

O estudo do IISS destacou ainda que os EUA diminuíram a ajuda financeira aos orçamentos de seus aliados. O aumento nos gastos europeus com a defesa pode significar uma resposta às reclamações do presidente Donald Trump, de que os países membros da Otan (Aliança Militar do Atlântico Norte) na Europa –especialmente a Alemanha– estariam contribuindo pouco com o grupo.

Dos 15 países que mais investiram em defesa em 2019, apenas a Itália (12º) trocou de posição com a Austrália (13º). Depois de EUA e China, aparecem Arábia Saudita, Rússia, Índia, Reino Unido, França, Japão, Alemanha e Coreia do Sul.

O Brasil se manteve na 11ª posição do ranking, com US$ 27,5 bilhões gastos. A diferença, porém, é que 80% do orçamento brasileiro é destinado aos gastos com pessoal, que também inclui pensões e aposentadorias. Os investimentos militares continuam em 1 patamar baixo no país.

RC/afp/dw/ots

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Fonte poder360
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