Líder do PSL no Senado diz que testemunha cometeu crime ao atacar jornalista da “Folha” em CPMI
O senador Major Olímpio, líder do PSL no Senado, disse que Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa, mentiu e cometeu crime ao atacar a repórter da “Folha” Patrícia Campos Mello durante depoimento na CPMI das fake news no Congresso. As informações são da Folha de S. Paulo.
O senador disse que a Comissão tinha que ter decretado a prisão de Hans River do Rio Nascimento em flagrante. “Sob juramento, qualquer cidadão tem que dizer a verdade, sob pena de cometer crime”, afirmou. A testemunha, que trabalhou durante as eleições de 2018 para a empresa de marketing digital Yacows, disse que a jornalista “queria sair” com ele em troca de informações para uma reportagem.
Ao comentar as acusações, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse não duvidar que a repórter “possa ter se insinuado sexualmente, como disse o senhor Hans, em troca de informações para tentar prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro”.
Em nota divulgada ontem, a Folha condenou os ataques à jornalista. “A Folha repudia as mentiras e os insultos direcionados à jornalista Patrícia Campos Mello na chamada CPMI das Fake News. O jornal reagirá publicando documentos que mais uma vez comprovam a correção das reportagens sobre o uso ilegal de disparos de redes sociais durante a campanha de 2018. Causam estupefação, ainda, o Congresso Nacional servir de palco ao baixo nível e as insinuações ultrajantes do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)”, afirmou o jornal.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também repudiou as “alegações difamatórias” de Eduardo. “É assustador que um agente público use seu canal de comunicação para atacar jornalistas cujas reportagens trazem informações que o desagradam, sobretudo apelando ao machismo e à misoginia”, disse a Abraji.