Satélite iraniano não consegue chegar à órbita, diz autoridade do país
Para os EUA, as atividades encobertam o desenvolvimento de mísseis no país. Já o Irã diz que o programa é pacífico e que não tem intenções militares.
O Irã anunciou neste domingo (9) um novo míssil de curto alcance e também tentou o lançamento de um satélite de fabricação doméstica. O satélite, porém, não conseguiu chegar à órbita. As informações são das autoridade do Ministério da Defesa do país.
Os anúncios vêm em um momento de alta tensão com o EUA, que mataram o comandante militar iraniano Qassem Soleimani em um ataque de drones em Bagdá em 3 de janeiro deste ano, levando o Irã a retaliar com um ataque com mísseis contra uma base militar dos EUA no Iraque.
O ministro iraniano de Tecnologia da Informação e Comunicações, Mohammad Javad Azari-Jahromi, foi citado pela televisão estatal dizendo que o satélite “Zafar” seria lançado a partir do centro espacial iraniano Semnan. O nome do satélite significa “vitória” em Farsi, idioma falado no Irã.
“Foi lançado com sucesso e… atingimos a maioria dos nossos objetivos… mas o satélite ‘Zafar’ não chegou à órbita como planejado”, disse uma autoridade à TV estatal.
Segundo as autoridades do Irã, o trabalho no satélite começou há três anos, com a participação de 80 cientistas iranianos. O lançamento do satélite ocorreu na província de Semnan, a 230 quilômetros de Teerã, capital do país.
A ideia é que a primeira imagem que seria transmitida seria a de Soleimani, acrescentou ele, mas uma autoridade do Ministério da Defesa disse que o satélite não conseguiu chegar à órbita.
Teerã lançou o primeiro satélite fabricado no Irã em 2009, outro em 2011 e um terceiro em 2012, mas pelo menos dois lançamentos de satélites falharam no ano passado.
Os Estados Unidos dizem estar preocupados com o fato de que a tecnologia balística usada para colocar satélites em órbita poderia também ser usada para lançar ogivas nucleares.
O Irã diz que nunca buscou o desenvolvimento de armas nucleares e nega que seu programa aeroespacial seja uma forma de encobrir o desenvolvimento de mísseis. Os governantes clericais do Irã disseram que o programa de mísseis do país é meramente defensivo.