É possível alimentar 10 bilhões de pessoas sem destruir o planeta, diz estudo

Mas, para que esse objetivo seja cumprido, há uma série de mudanças a serem feitas na agricultura e no nosso consumo individual

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A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estima que em 2050 haverá 10 bilhões de pessoas no planeta. E uma das principais preocupações é como alimentar toda essa gente sem prejudicar ainda mais o meio ambiente. Uma pesquisa feita pelo Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático (PIK), na Alemanha, diz que isso é possível.

Tudo depende de um grande esforço para alimentar a população dentro dos limites ambientais da Terra, fornecendo uma dieta suficiente e saudável para todas as pessoas e mantendo a biosfera intacta. Para que isso seja cumprido, os cientistas afimam que é preciso uma reviravolta tecnológica e sociocultural, mudando radicalmente a agricultura, reduzindo o desperdício de alimentos e realizando algumas mudanças na dieta dos indivíduos.

“Achamos que atualmente a agricultura, em muitos lugares, está usando água, terra ou fertilizantes demais. A produção nessas regiões precisa, portanto, ser alinhada com sustentabilidade ambiental. Existem várias oportunidades para aumentar de maneira sustentável a produção agrícola. Isso ocorre em grande parte da África Subsaariana, por exemplo, onde um gerenciamento mais eficiente da água e nutrientes pode melhorar fortemente os rendimentos “, diz Johan Rockström, diretor do PIK.

Outro fator crucial é reduzir o desperdício de alimentos. De acordo com dados coletados no estudo, o mais recente relatório especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC ) sobre uso da terra constatou que atualmente 30% de todos os alimentos produzidos são jogados no lixo.

Claro que mudar nossa relação com o consumo de carne também é importante para um sistema alimentar sustentável. Na China, por exemplo, onde o consumo de proteína animal é crescente, medidas que visem aumentar o aporte de leguminosas e outros vegetais são importantes. “Mudanças como essa podem parecer difíceis de entender no início. Mas a longo prazo, alterações na dieta para uma mistura mais sustentável no prato não beneficiarão apenas o planeta, mas também a saúde das pessoas”, acrescenta Vera Heck, pesquisadora da PIK.

Por fim, todas essas mudanças deverão ser acompanhadas de algo mais sensível e desafiador: não desmatar para gerar mais terras. “Qualquer coisa que envolva terras tende a ser complexa e contestada porque os meios de subsistência e as perspectivas das pessoas dependem disso. A transição para um uso e gerenciamento mais sustentáveis da terra é, portanto, um desafio exigente para a formulação de políticas. A chave para o sucesso é que as regiões que já foram afetadas com o desmatamento precisam ver benefícios claros e objetivos para o continuar com seu uso”, diz Wolfgang Lucht, copresidente de Análise do Sistema Terrestre do PIK e coautor do estudo.

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Fonte revistagalileu
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