“Privatização dos Correios só em 2021”, diz Salim Mattar
ROSANA HESSEL
O secretário de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, não vê espaço para a privatização dos Correios em 2020, apesar de a estatal ter sido incluída no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal em agosto do ano passado, porque deve “dar mais trabalho”. Por conta disso, a venda da companhia só deverá ocorrer no fim de 2021.
Ele descartou qualquer chance de a empresa ser liquidada. “Liquidação é uma das últimas opções. A empresa tem ativos que valem. Uma liquidação está fora de cogitação”, afirmou Salim nesta terça-feira (14/01), durante balanço das atividades da sua secretaria em 2019.
De acordo com o secretário, está sendo contratada uma consultoria para avaliar as alternativas do modelo de privatização dos Correios e, por conta disso, dificilmente a venda da companhia ocorrerá neste ano.
“A empresa tem uma complexidade muito grande, tem um monopólio estatal e a questão da universalidade da entrega da carta (que está prevista na Constituição Federal), tem mais de 100 mil funcionários. Por isso, os Correios vão dar um pouco mais de trabalho”, destacou Salim.
Dependência
Os Correios estão entre as quatro empresas listadas por Salim que precisam de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ou projeto de lei para serem desestatizadas. As outras três são: Eletrobras (que já tem um projeto de capitalização, mas que está parado no Congresso), Casa da Moeda e Hemobrás.
Com o objetivo de acelerar tanto o processo de de desestatização, o secretário adiantou que enviará ao Legislativo em fevereiro, quando acabar o recesso, um projeto de lei para implementar o “fast track”, ou linha rápida, para as privatizações.
A meta deste ano é arrecadar R$ 150 bilhões com a desestatização ou desinvestimento em 300 empresas, entre controladas, subsidiárias, coligadas e simples participação. Nessa lista, não estão incluídas Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco da Amazônia S.A. (Basa) e Banco do Nordeste.
Em 2019, foram arrecadados R$ 105,4 bilhões com as desestatizações e desinvestimentos de 71 companhias, segundo informações do secretário. Entre elas, está a CorreiosPar, que foi liquidada no fim do ano passado.