Chateado, Merval chama “Democracia em Vertigem” de “tendencioso” e diz que pode ganhar o Oscar
Da Coluna de Merval Pereira no Globo.
É possível que “Democracia em Vertigem”, o documentário de Petra Costa incluído entre os finalistas do Oscar de melhor documentário, saia vencedor em fevereiro. O timing é perfeito para a premiação com cunho político inequívoco, uma crítica hollywoodiana ao governo de extrema-direita que está colocando em risco a Amazônia. E ainda acusou levianamente um dos ícones da indústria cinematográfica internacional, Leonardo di Caprio, a quem Petra, muito pragmaticamente, agradeceu em um twitter pelo muito que tem feito a favor da mesma Amazônia.
Seria o mesmo gesto político que premiou o também documentarista americano Michael Moore com o Oscar por “Tiros em Columbine” e a Palma de Ouro por “Fahrenheit 9/11”. O júri fez com o prêmio o que Moore faz com diversas seqüências de seu documentário: distorceu seu significado para atingir um objetivo político maior, declarar ao mundo naquela ocasião que estava contra Bush e a guerra do Iraque.
Petra Costa parece estar no momento certo também para ser premiada politicamente, na senda de Moore e seus documentários, como o dela, panfletários e enviesados. Assim como protestar contra Bush era necessário naquele momento, protestar contra Bolsonaro tornou-se uma causa internacional, devido ao tratamento desdenhoso com o meio-ambiente, e o menosprezo pelas minorias, inclusive indígenas, provavelmente por remorso.
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