‘5G deve ficar para 2022’, diz ministro Marcos Pontes
A interferência no funcionamento de antenas parabólicas de TV provocada por uma das frequências ofertadas é que vai empurrar o leilão do 5G para 2022, disse o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Pontes afirmou que a rede da quinta geração de dados móveis não será implantada antes do fim de 2021.
O problema maior está na frequência de 3,5 GHz, que é a usada pelo 5G em quase todos os países e pode interferir no funcionamento das antenas parabólicas de TV. Segundo o ministro, “o estudo inicial sobre o problema não foi conclusivo, então pedi um novo. Tenho que ter ao menos uma estratégia de mitigação [do problema] caso ocorra interferência”, disse ele ao jornal paulistano.
O ideal, para Pontes, é que o leilão se realizasse este ano – mas ele duvida que isso aconteça. “Talvez fique só para 2021. Então, imagino que no final de 2021 e começo de 2022 comece a implantação de algum piloto.”
Atraso causará prejuízo bilionário
Segundo uma projeção feita pela Ericsson sobre o impacto tributário causado pela demora na implantação do 5G, a previsão é de que o governo deixe de arrecadar R$ 25 bilhões. “Quando se demora a abraçar a solução tecnológica, menos terminais são vendidos, a receita cai e o impacto na cadeia de valor se transforma em impacto na arrecadação”, explicou o diretor de Relações Governamentais da Ericsson, Tiago Machado, ao site TeleSíntese.
A interferência do 5G pode ter sido determinante no atraso do cronograma, mas outros problemas também contaram. Um dos conselheiros da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pediu alterações no edital de licitação, e as mudanças exigiram nova análise da área técnica do órgão e de parecer da Procuradoria Federal Especializada. O edital ainda passará por consulta pública e por outra análise da área técnica da Anatel e da Procuradoria Federal Especializada.