Australianos são presos acusados de provocar incêndios
Nesta segunda (6), o governo convocou 3 mil reservistas para ajudar no combate aos incêndios que assolam o país e anunciou US$ 1,4 bilhão para a recuperação dos estragos causados pelo fogo
Acusados de atearem fogo desde novembro em regiões da Austrália, 24 pessoas foram presas nesta terça-feira (7), em Nova Gales do Sul. Outras 100 pessoas também foram detidas por não respeitarem determinações do governo relacionadas às queimadas da região e por jogarem cigarros ou palitos de fósforos acesos. A informação é do jornal britânico Independent.
De acordo com a publicação, a polícia australiana tem adotado uma abordagem sem tolerância para evitar imprudências diante da situação enfrentada pelo país, que já teve mais de 2 mil casas destruídas pelos incêndios que afetam diversas regiões da Austrália desde setembro. Metade da população de coalas foi morta devido aos incêndios.
O vice-comissário da Força Policial de NSW, Gary Worboys, afirmou que a polícia reconhece que nem todos são incendiários. “Eu sei que todas essas pessoas não são incendiárias em certo sentido, sei que muitas delas estavam fazendo coisas como usar fogos de artifício ou acender fogueiras para acampar ou cozinhar alimentos ou menores de idade, de fato, que obtiveram os benefícios da Lei dos Jovens Infratores e com toda a razão”.
O oficial também destacou que as autoridades não vão se desculpar pelas medidas adotadas. “Eu sei que todas essas pessoas não estão por aí tentando matar pessoas ou destruir casas. A polícia precisa tomar medidas neste momento e isso é particularmente um risco aumentado de atividade de incêndio e nós já vimos a devastação que isso causa. Não pedimos desculpas por estarmos vigilantes quanto a isso”, declarou.
De acordo com o jornal Sydney Morning Herald, um garoto de 19 anos foi acusado de acender sete focos de incêndio nas proximidades do rio Bega, na costa Sul de Nova Gales do Sul. Em outro incidente, um homem de 51 anos foi acusado de iniciar um incêndio controlado na direção contrária ao fogo já identificado para proteger sua safra ilegal de maconha. Outro homem teria queimado lixeiras e partes de um veículo nas proximidades do lago Macquarie.
Iniciar um incêndio florestal intencionalmente pode resultar em ações legais que variam de medidas cautelares a acusações criminais, e pode resultar em até 21 anos de prisão, afirma o Independent.
Nesta segunda (6), o governo da Austrália convocou 3 mil reservistas para ajudar no combate aos incêndios que assolam o país e se comprometeu com US$ 1,4 bilhão para a recuperação dos estragos causados pelo fogo. A fumaça dos incêndios já atingiram o Chile e a Argentina, além do Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil.